segunda-feira, 28 de abril de 2008

Apascentando Ovelhas ou entretendo bodes?

Pr. Charles Haddon Spurgeon
Tradução: Walter Andrade Campelo

Um mal está no declarado campo do Senhor, tão grosseiro em seu descaramento, que até o mais míope dificilmente deixaria de notá-lo durante os últimos anos. Ele se tem desenvolvido em um ritmo anormal, mesmo para o mal. Ele tem agido como fermento até que toda a massa levede. O demônio raramente fez algo tão engenhoso quanto sugerir à Igreja que parte de sua missão é prover entretenimento para as pessoas, com vistas a ganhá-las.
Da pregação em alta voz, como faziam os Puritanos, a Igreja gradualmente baixou o tom de seu testemunho, e então tolerou e desculpou as frivolidades da época. Em seguida ela as tolerou dentro de suas fronteiras. Agora as adotou sob o argumento de atingir as massas.
Meu primeiro argumento é que prover entretenimento para as pessoas não está dito em parte nenhuma das Escrituras como sendo uma função da Igreja. Se este é um trabalho Cristão, porque Cristo não falou dele? "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15). Isto está suficientemente claro. Assim teria sido se Ele tivesse adicionado "e proporcionem divertimento para aqueles que não tem prazer no evangelho." Nenhuma destas palavras, contudo, são encontradas. Não parecem ter-lhe ocorrido.
Então novamente, "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores... para a obra do ministério" (Efésios 4:11-12). Onde entram os animadores? O Espírito Santo silencia no que diz respeito a eles. Foram os profetas perseguidos porque divertiram o povo ou porque o rejeitaram? Em concerto musical não há lista de mártires.
Além disto, prover divertimento está em direto antagonismo com o ensino e a vida de Cristo e de todos os seus apóstolos. Qual foi a atitude da Igreja quanto ao mundo? "Vós sois o sal" (Mateus 5:13), não o doce açucarado - algo que o mundo irá cuspir e não engolir. Curta e severa foi a expressão: "deixa os mortos sepultar os seus mortos." (Mateus 8:22) Ele foi de uma tremenda seriedade.
Se Cristo introduzisse mais brilho e elementos agradáveis em Sua missão, ele teria sido mais popular quando O abandonaram por causa da natureza inquiridora de Seus ensinos. Eu não O ouvi dizer: "Corra atrás destas pessoas, Pedro, e diga-lhes que nós teremos um estilo diferente de culto amanhã, um pouco mais curto e atraente, com pouca pregação. Nós teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que certamente se agradarão. Seja rápido Pedro, nós devemos ganhar estas pessoas de qualquer forma." Jesus se compadeceu dos pecadores, suspirou e chorou por eles, mas nunca procurou entretê-los.
Em vão serão examinadas as Epístolas para se encontrar qualquer traço deste evangelho de entretenimento! A mensagem delas é: "Saia, afaste-se, mantenha-se afastado!" É patente a ausência de qualquer coisa que se aproxime de uma brincadeira. Eles tinham ilimitada confiança no evangelho e não empregavam outra arma.
Após Pedro e João terem sido presos por pregar o evangelho, a Igreja teve uma reunião de oração, mas eles não oraram: "Senhor conceda aos teus servos que através de um uso inteligente e perspicaz de inocente recreação possamos mostrar a estas pessoas quão felizes nós somos." Se não cessaram de pregar a Cristo, não tiveram tempo para arranjar entretenimentos. Dispersos pela perseguição, foram por todos lugares pregando o evangelho. Eles colocaram o mundo de cabeça para baixo (Atos 17:6). Esta é a única diferença! Senhor, limpe a Igreja de toda podridão e refugo que o diabo lhe tem imposto, e traga-nos de volta aos métodos apostólicos.
Finalmente, a missão de entretenimento falha em realizar os fins desejados. Ela produz destruição entre os novos convertidos. Permita que os negligentes e escarnecedores, que agradecem a Deus pela Igreja os terem encontrado no meio do caminho, falem e testifiquem. Permita que os oprimidos que encontraram paz através de um concerto musical não silenciem! Permita que o bêbado para quem o entretenimento dramático foi um elo no processo de conversão, se levante! Ninguém irá responder. A missão de entretenimento não produz convertidos. A necessidade imediata para o ministério dos dias de hoje é crer na sabedoria combinada à verdadeira espiritualidade, uma brotando da outra como os frutos da raiz. A necessidade é de doutrina bíblica, de tal forma entendida e sentida, que coloque os homens em fogo.
Fonte: Site Luz para o caminho

Momentos Decisivos

MEDITE: Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de haver sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam. Tiago 1:12

Hoje acordei com uma vontade muito grande de buscar à Deus. Já fiz isto de madrugada, mas a sede da presença de Deus é mais forte. Pedi ao Senhor graça, bendita graça de Deus, para que possa experimentar as novidades próprias do dia de hoje.
Ontem quando dormi, estava muito cansado, com algumas preocupações, um pouco indisposto, sem saber como direcionar a minha vida. Tenho decisões importantes a tomar e que de certa forma mudarão o rumo da minha vida e da vida de minha família. São momentos decisivos e por isto meus ouvidos devem estar atentos a Palavra de Deus.
Novos desafios, colocam novas perguntas, impõem igualmente novas respostas. Encontrar respostas adequadas, no entanto, não é uma tarefa propícia a segurança. Vivemos um tempo mais de buscas do que sínteses, mais ingente à criatividade do que ao plágio e à repetição. De nada valem as nostalgias restauradoras de um passado sem retorno. É claro que, em se tratando da herança cristã, na busca de novas respostas, impõe-se salvaguardar a autenticidade originária, a experiência fundante. A coragem de renovação é a única garantia de futuro.
É bem verdade que os novos desafios podem vir carregados de uma séria de resultados passados adornados de negativismo, fracassos, escassez de recursos, conflitos interpessoais, falta de reconhecimento. Esses são alguns elementos que nos fazem esquecer o sentido dos nossos desafios, causando-nos desânimo. Esta sensação de incertezas, esta constância de resultados insatisfatórios, nulos ou negativos acabam por trazer desânimo e consequentemente desviamos dos nossos ojetivos.
Uma condição essencial para que os novos desafios sejam equilibrados e sadios, é a qualidade do relacionamento que temos com nós mesmos. Se o coração não tem a devida maturidade para se enfrentar em sua real identidade, este se construirá de maneira oca e ausente de inteireza, existindo fragmentado em meio a ilusões. A experiência do novo é capaz de nos oferecer uma rica possibilidade de encontro, remetendo-nos ao encontro com nós mesmos e nos preparando para, a partir da consciência do que somos, nos encontrarmos verdadeiramente com os nossos desafios.

Depois de meditar um pouco na Palavra de Deus, entendi que não enfrentarei os desafios se o Senhor não estiver comigo. Sem Deus eu sou frago e reduzido à nada. O Senhor é minha suficiência, é a minha capacidade, é o meu anelo. Eu amo o Senhor, amo de todo o meu coração e o meu maior prazer é fazer o que meu Senhor deseja, é viver o cristianismo da forma como Deus quer. O meu maior desafio é estar constantemente na presença de Deus, a maior do que todas as presenças.
Hoje o dia será maravilho!
PENSE: “Você possui duas formas de ver os desafios, ou como um crescimento e algo temporário, ou seja apenas um ato, e crer na verdade das promessas que Deus tem pra você , ou simplesmente lamentar a difícil situação e não tirar proveito de absolutamente nada. E o que você escolhe? Qual será sua atitude mediante aos desafios?” Regiane
ORE: Ó Senhor! , Tu que és fonte de vida, amor, que conhece todo tempo, seja passado, presente ou futura, mas que manifesta sempre presente na minha vida. Aguardo ansiosamente pela tua intervensão na minha vida, guiando os meus passos, direcionando a minha mente para que faça a Tua vontade e viva os meus dias para Ti adorar e exaltar o seu excelso nome. Em nome de Jesus, amém!

Com carinho.
Rev. Ashbell Simonton Rédua

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A MINH’ALMA SE ENTRISTECE, ESTOU NA FOSSA!

Meditação: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará. Tiago 4: 8-10

Como um bom brasileiro, sou muito afetivo e sentimental, emociono facilmente com um filme, com a dor do meu irmão, com algumas situações como o que estamos vivendo cotidianamente, o caso de Isabella. Consequentemente nos entristecemos e passamos uma parte da vida curtindo a tristeza. Grande parte das nossas músicas sejam elas cristãs ou não retratam a tristeza, a saudade, o amor impossíbel, a restauração e muita coisa mais.

Jesus Cristo era um homem triste, ele chora por causa da idolatria de Israel quando afirma:

“Ai de ti, Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se fizessem as maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em saco e cinza, se teriam arrependido.” Lucas 10:13

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Lucas 13:34

O próprio Jesus passou por muitas tristezas. Mas há uma total diferença entre ter tristeza e "se entregar à tristeza". Deixar-se ser tomado pela tristeza: pressionado, tormentado, escravizado mesmo pela tristeza.

Temos o vício de ficar recordando o que nos causou mágoas, basta uma pessoa dizer algo que nos ofenda, já ficamos ruminando, e aquilo cresce, se avoluma dentro de nós. O sentimento cria volume dentro de nós. De repente, aquilo nos toma totalmente e nem conseguimos mais respirar.
Existe uma tristeza que precede a alegria. Muitas vezes não experimentamos a verdadeira alegria porque ainda não conhecemos a tristeza segundo Deus. O pecado é o maior causador de tristeza. Ele definha o corpo e faz gemer, esgota as forças e seca a alma. Ele provoca uma tristeza destruidora. O remorso devido as implicações dos nossos erros nos entristece, mas nada pode fazer por nós. Mas, existe uma tristeza que transforma; é a tristeza segundo Deus. Ela nos leva ao arrependimento, onde mudamos de tal maneira que não queremos fazer o mesmo erro outra vez. É hora de trocar o riso por lamento e a alegria por tristeza.

Precisamos ser firmes. Não podemos acumular sentimentos ruins em nosso interior. Todas as situações dolorosas que vivemos já são mais que suficientes. Então, para que guardar e ruminar situações que nos fazem sofrer?

Seu filho vive lhe causando um enorme desgosto com a bebedeira, ao se drogar, vivendo a vida na prostituição? Seu marido lhe causa desgosto com a bebida, com jogo, e vive causando problemas? Isto já é mais que suficiente. Você não precisa, além disso ficar ruminando sofrimento. É como o povo diz: "curtindo fossa". Basta o sofrimento nosso de cada dia!

O que não pode acontecer é ficarmos recordando a situação, remoendo-nos em nossos sentimentos, cultivando e curtindo ressentimentos. Isto se torna um verdadeiro tormento. É suicídio porque "a tristeza matou a muitos".

Entregue ao Senhor todas as situações de tristeza e faça uma verdadeira renúncia

PENSE: Porquanto, ainda que vos contristei com a minha carta, não me arrependo, embora já me tivesse arrependido por ver que aquela carta vos contristou, ainda que por pouco tempo. Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte. 2 Cor 7:8-10

ORE: Senhor! A minha é um livro aberto na sua presença, Tú sabes a causa da minha tristeza, da minha angústia. Humildemente e com arrependimento me chego a Ti. Restaura a alegria da minh’alma, Te peço em nome de Jesus, o meu Senhor, amém!

Dedicatória: Conheci um homem de Deus, no Cursilho da Cristandade da IECB, o Fabinho, o reitor do Cursilho. Este link é a música que falou muito ao meu coração naqueles dias. Fabinho dedico esta música ao Senhor Deus pela tua maravilhosa vida:

Com carinho!
Rev. Ashbell Simonton Rédua
Pastor Presbiteriano da IPB

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A VIDA NO DESERTO: SILÊNCIO

Meditação: Se o SENHOR não tivera ido em meu auxílio, a minha alma quase que teria ficado no silêncio. Salmos 94:17

Deus está em toda parte. Porém, a única maneira de vivificar as coisas de Deus é vivificar o coração. Quando o coração se enche de Deus, os fatos da vida se enchem do encanto de Deus. E o coração se vivifica no deserto porque é este um tempo forte dedicado a Deus em silêncio, solidão e oração. Deserto significa confronto consigo mesmo e com a proposta de Deus referente a realidade do presente que estamos vivendo e que requer de nós uma tomada de posição, uma resposta. Aí esta o significado do deserto que Jesus fez antes de sair para o anuncio do Reino de Deus: estar cheio do Espírito Santo.
Na vida do deserto, no silêncio estamos presentes somente nós e Deus. Experimentamos o amor gratuito de Deus: O Pai me ama sem um porquê, sem um para quê, sai a meu encontro e me guia quando estou nas trevas e nas noites escuras da fé; e eu só tenho que me deixar encontrar e ser amado por Ele. A ambigüidade de nossas motivações e de nossas generosidades emergem, e nos vemos tal como somos, ou melhor, tal como Deus nos vê.
A primeira condição da Vida do Deserto manifestada pelo silêncio é a paciência. Paciência para que os que querem tomar Deus a sério. Paciência não é a arte de esperar, mas a arte de saber, e o que se sabe se espera. E, no caso presente, saber que Ele é essencialmente gratuidade e, por conseguinte, as iniciativas de uma graça são e serão desconcertantes e imprevisíveis para nós: porque nEle não funciona como em nós – as leis de causa e efeito, ação e reação, as leis da proporcionalidade, os cálculos de probabilidade, mas somente a lei da Gratuidade: tudo é Dom, tudo é graça.
Deus tem o seu tempo, a sua hora de que na plena gratuidade, que é de falar, tocar, experimentar a nossa humanidade. Importante é nos colocar em profunda, serena e calma atitude de adoração e espera. “Deus vai me falar”.
Não se esqueça de que o crescimento em Deus será lentamente evolutivo e com prováveis altos e baixos, precisamos ter paciência também nisto.
E a paciência irá gerar a perseverança. Perseverança é o segundo sinal gerada pelo silêncio do deserto. Perseverar nos momentos de aridez e dispersão.
O terceiro sinal mais seguro da presença divina manifestada pelo silêncio do deserto não é o fervor, mas a paz, uma paz – diferente da calma – que reside no nível profundo da pessoa humana.
E por fim, não podemos esquercer da esperança que nunca morre. A ilusão acaba em desilusão. Mas a esperança é uma força estável, serena e imortal que, quando tudo cai por terra, ela sempre responde: não importa, comecemos outra vez, amanhã será melhor, para cima! Vamos adiante!

PENSE: Ó Deus,
Este é o momento mais precioso do meu dia:Vir em Teus pés em quietudeEnquanto a luz enche o meu mundo de alegria,Passada a noite,Passada a madrugadaPor entre gotas de orvalho formadas sobre a terra escura,Nos segredos da noite,No sossego dos mistérios de Deus.Tu não podes segurar o vento do deserto.Lá não tens montanhas para te protegeremnem cavernas para te esconderes.Mas podes ficar quieto,Com o coração aberto,E escutar no vento a voz de Deus.Estradas de luz abrem-se o mundo,Descendo de Deus, o Eterno.Obrigada, Pai, por tornares santo este lugarE abençoado este tempo na tua presença,Na quietude do dia que nasce neste deserto,Onde escuto a Tua voz com o coração aberto.
(Quietude. De Clarisse de Barros)

ORE: Senhor! No silêncio Tu estás, e quando no deserto tiver de passar, que o silêncio alí proporcionado, preencha plenamento o vazio do meu coração. Tú és a minha única suficência, espero em Ti, confio em Ti. Em nome de Jesus. Amém!
Com carinho!
Rev. Ashbell Simonton Rédua

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Aramaico, a língua que Jesus Cristo falava, corre risco de extinção.

Fonte: Site O Verbo
Velhos e crianças, cristãos e muçulmanos, os habitantes da localidade montanhosa de Maalula, a 50 quilômetros a norte de Damasco, sentem-se orgulhosos por serem dos poucos que sabem exprimir-se na língua de Cristo, e não estão dispostos a permitir que ela se extinga.
«Ibla Jatita» é o «olá» com que as pessoas se saúdam, tal como Cristo aos seus apóstolos, nesta aldeia de casas de tijolo e ruas estreitas, entalada entre duas montanhas e que parece parada no tempo.
«O aramaico é um tesouro e, se aqui o perdermos, vai desaparecer do universo», disse Georget al Jalabi, que trabalha na livraria do antigo mosteiro de São Sérgio e São Baco, em Maalula.
O templo católico é um dos poucos lugares do planeta onde se pode escutar o «Pai Nosso» em aramaico. Esse é, porém, o único momento da liturgia, porque o restante se diz em árabe e é também nesta língua que estão escritas as bíblias ali usadas.
A população de Maalula está contente por haver agora uma escola governamental que dá cursos de aramaico, o que permite às crianças e aos adultos estudarem a língua num centro acadêmico.
A escola, inaugurada no Verão passado, «é apenas o começo de um longo caminho para proteger a língua», assegura Anton Taglub, vendedor de cruzes e postais numa loja do mosteiro.
No entanto, nesta e noutras lojas do vizinho mosteiro de Santa Tecla -localizado também entre as montanhas - não se pode encontrar em aramaico mais do que uma gravação dos cantos de Sexta-Feira Santa, embora estejam disponíveis manuais básicos de auto-aprendizagem de aramaico em espanhol, alemão, inglês e francês.
Uma língua que sobreviveu três mil anos graças ao isolamento dos seus falantes corre agora perigo, devido à globalização: «Dado o uso contínuo da internet e da televisão, os jovens começam a esquecer algumas palavras de aramaico», explica Mary Riad, guia no mosteiro de São Sérgio e São Baco.
O antigo presidente da câmara da localidade, Azer Barquil, lembra que as novas gerações que querem ter acesso à tecnologia avançada e conseguir uma boa carreira começaram nos últimos anos a abandonar Maalula em busca de uma vida mais moderna em Damasco.
«Mas insistimos em que, embora os nossos filhos saiam de Maalula, não devem esquecer o aramaico», defende Barquil.
Ligando a palavra ao ato, Barquil assevera que os seus filhos se matricularão durante as férias do próximo Verão na nova escola de aramaico para melhorarem a língua.
O apego ao aramaico é igualmente visível entre a minoria muçulmana de Maalula, orgulhosa de falar a língua de Jesus (os muçulmanos veneram Cristo como um profeta).
«Logo na infância aprendemos a falar o aramaico dos nossos pais. É a língua do nosso povo», afirma Mahmud Ali, que confessa gostar de ser «um muçulmano que fala a língua de Jesus».
Segundo Barquil, se em Maalula os muçulmanos, 25 por cento da população, dominam o aramaico, nas duas outras localidades muçulmanas vizinhas, Yabadin e Sarja, todos os seus habitantes o falam perfeitamente.
Juntando as três localidades, eleva-se a 18.000 o número de falantes de aramaico sírios, quase os únicos do mundo que atualmente falam a língua de Jesus, juntamente com mais uns quantos - em total indeterminado - em Israel e no Irã.

Reproduzido do site www.lpc.org.br